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UE planeia criar um registo abrangente de ativos a partir de 2025: invasões em massa à privacidade dos cidadãos

by Tatjana
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UE planeia criar um registo abrangente de ativos a partir de 2025: invasões em massa à privacidade dos cidadãos

A União Europeia está a planear introduzir um registo de ativos que poderá começar em 2025. Este registo destina-se oficialmente a combater o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo. No entanto, os críticos afirmam que poderá levar a invasões em massa à privacidade dos cidadãos, tornando todos mais transparentes perante as autoridades.

Um sistema abrangente de controlo e monitorização

Desde 2021, a UE tem vindo a trabalhar em planos para registar centralmente os ativos e os seus proprietários. Agora, parece que estes planos estão mais perto de se tornarem realidade. A pretexto de combater o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo, está a ser criado um sistema de controlo e monitorização sem precedentes. Este sistema tornará todas as transações financeiras e ativos dos cidadãos acessíveis às autoridades.

O registo registará todos os ativos acima de 200.000 euros. Estes incluem imóveis, contas bancárias, títulos, ativos estrangeiros, criptoativos, veículos e, possivelmente, também obras de arte ou metais preciosos. Os críticos temem que o limite de 200.000 euros possa ser reduzido para incluir ainda mais cidadãos e as suas informações financeiras privadas.

Acesso para as autoridades e “pessoas com interesses legítimos”

Não só as autoridades terão acesso ao registo de ativos, mas também “pessoas com interesses legítimos”. Isto inclui jornalistas, repórteres, outros meios de comunicação, organizações da sociedade civil e instituições de ensino superior. Os críticos acreditam que esta é uma invasão significativa da privacidade dos cidadãos e que poderá levar a utilizações indevidas e fugas de dados.

Outras medidas de monitorização

Além de limitar as transações em numerário a 10.000 euros e do registo de ativos, a UE adotou mais medidas para combater o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo. Uma delas é a criação de uma nova Autoridade Anti-Branqueamento de Capitais (AMLA). A AMLA terá sede em Frankfurt am Main e deverá começar a funcionar em meados de 2025. Esta autoridade terá amplos poderes e irá monitorizar diretamente até 40 instituições financeiras.

Introdução de um sistema centralizado de informação

Para prevenir o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo, cada Estado-Membro da UE deve criar uma unidade de inteligência financeira (UIF). Estas unidades trocarão informações entre si e com as autoridades competentes, e cooperarão com a Europol, Eurojust e o Ministério Público Europeu. A AMLA será responsável pela supervisão e coordenação das UIF.

Perigo de redistribuição da riqueza e expropriação

O registo de ativos permitirá um registo e avaliação detalhados dos ativos, que poderão ser usados para a redistribuição da riqueza e aumentos de impostos, tais como um imposto sobre a riqueza. Poderá também desempenhar um papel na Lei de Equalização de Encargos, que visa garantir uma distribuição justa dos encargos financeiros após grandes crises económicas. Os críticos argumentam que o registo interfere maciçamente na privacidade dos cidadãos.

Preocupações sobre moedas digitais do banco central e vigilância

Qualquer pessoa que antes pensasse que as preocupações sobre a abolição do dinheiro em numerário e a vigilância e controlo das pessoas através de moedas digitais programáveis do banco central eram apenas teorias da conspiração poderão estar erradas com a ideia do registo da riqueza. A política geralmente avança em pequenos passos: eventualmente, todos poderão ser afetados, não apenas os criminosos ou os ricos, cujos ativos alguns poderão querer redistribuir.

A Comissão Europeia tenta limitar os danos

Perante críticas massivas, a Comissão Europeia está a tentar limitar os danos. De acordo com uma declaração do porta-voz Eric Mamer, a Comissão atualmente “não tem intenção de criar uma base de dados central sobre os ativos dos cidadãos da UE”. No entanto, tais garantias devem ser encaradas com alguma cautela. Lembrem-se das famosas palavras: “Ninguém tem intenção de construir um muro”.

Os cidadãos devem permanecer vigilantes

Os cidadãos devem permanecer vigilantes e examinar criticamente os planos da UE. Isto é sobre a proteção da privacidade e da liberdade do indivíduo. Com a introdução do registo de ativos, os dados financeiros dos cidadãos poderão ser facilmente acedidos pelas autoridades e outras partes com “interesses legítimos”. Isto poderá levar a uma invasão significativa da privacidade e a um potencial uso indevido dos dados.

Potenciais implicações do registo de ativos

A introdução do registo de ativos tem várias potenciais implicações. Primeiro, poderá tornar os cidadãos mais transparentes perante as autoridades. Isto significa que todas as transações financeiras e ativos acima de 200.000 euros serão acessíveis às autoridades. Isto poderá incluir imóveis, contas bancárias, títulos, ativos estrangeiros, criptoativos, veículos, obras de arte e metais preciosos.

Segundo, o registo poderá ser usado para a redistribuição da riqueza e aumentos de impostos, tais como um imposto sobre a riqueza. Isto significa que o registo e avaliação detalhados dos ativos poderão levar a impostos mais altos para os cidadãos. Poderá também ser relevante para a Lei de Equalização de Encargos, que visa garantir uma distribuição justa dos encargos financeiros após grandes crises económicas.

Terceiro, o registo poderá levar a novas medidas de monitorização. Além de limitar as transações em numerário a 10.000 euros, a UE adotou mais medidas para combater o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo. Isto inclui a criação da Autoridade Anti-Branqueamento de Capitais (AMLA) e unidades de inteligência financeira (UIF) em cada Estado-Membro. A AMLA terá amplos poderes e irá monitorizar diretamente até 40 instituições financeiras.

Riscos para a privacidade e preocupações sobre segurança de dados

Uma das maiores preocupações sobre o registo de ativos é a potencial invasão da privacidade dos cidadãos. Os críticos argumentam que tornar as transações financeiras e ativos acessíveis às autoridades e outras partes com “interesses legítimos” poderá levar a utilizações indevidas e fugas de dados. Isto poderá resultar em invasões significativas da privacidade e potenciais danos aos cidadãos.

Outra preocupação é a segurança dos dados. Dado que o registo de ativos contém informações financeiras sensíveis, existe um risco de violações de dados e ataques cibernéticos. Isto poderá levar à exposição dos dados financeiros dos cidadãos, causando danos e perdas financeiras.

Impacto nas instituições financeiras e mercados

A introdução do registo de ativos poderá também ter impacto nas instituições financeiras e mercados. As instituições financeiras estarão sujeitas a um maior controlo e monitorização, o que poderá levar a custos de conformidade mais elevados. Isto poderá também afetar as suas operações e rentabilidade.

Além disso, o registo de ativos poderá impactar os mercados financeiros. O registo e avaliação detalhados dos ativos poderão levar a alterações nos preços dos ativos e no comportamento do mercado. Isto poderá afetar os investidores e os participantes do mercado.

Críticas e oposição ao registo de ativos

O registo de ativos tem gerado críticas e oposição significativas. Os críticos argumentam que é uma invasão da privacidade e que poderá levar a utilização indevida de dados. Argumentam também que o registo poderá ser usado para a redistribuição da riqueza e aumentos de impostos, o que poderá prejudicar os cidadãos financeiramente.

Os oponentes do registo de ativos argumentam também que é desnecessário e que poderá ser substituído por outras medidas para combater o branqueamento de capitais

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